quinta-feira, 25 de maio de 2017

Ágora

Segundo o sociólogo Émile Durkheim "É preciso sentir a necessidade da experiência, da observação, ou seja, a necessidade de sair de nós próprios para aceder à escola das coisas, se as queremos conhecer e compreender" e neste sentido, cada experiência que vivemos no Observatório Urbanos, auxilia-nos a acender à escola das coisas, compreender o outro e a necessidade original do Ser em organizar-se em sociedade, coletivo, dividindo suas experiências e conhecimento. Cada atividade proposta, experiência vivificada e registrada, define em partes o perfil de nossa sociedade e em partes a comunidade aonde nos localizamos em nossa cidade, como ela se expressa culturalmente, socialmente, filosoficamente e economicamente. Os exemplos do cotidiano abrangem o mosaico e a riqueza de nossos valores coletivos, este aprendizado diário sobre pequenos e grandes deveres é organizado também por uma reflexão proposta por Suzanne Necker, escritora suíça, em seu livro "A mistificação pedagógica" que diz "É no desprezo dos pequenos deveres que se faz a aprendizagem das grandes faltas.". O Observatório Urbanos, por sua compreensão coletiva e colaborativa vem encontrando e compartilhando todas as suas experiências, a busca constante é compreender nossa sociedade atual à partir do indivíduo e dos coletivos que integramos, esse é o objetivo central, desta forma aprenderemos constantemente com cada experiência que vivermos.

Nossas ações e agenda propostas pela dinâmica de nossa sede, carinhosamente chamada de "A Casa" ou simplesmente #Urbanos, palco de atividades artísticas e cultural, núcleos de debate e estudo, acolhimento de nacionalidades e ações diretas que reproduzem inspirações cotidianas, são parte deste quadro, que expõem e explicita a necessidade de debatermos amplamente nossas regras de conduta, comportamento e compreensão de nossa sociedade, segundo José Ortega y Gasset, filósofo "Civilização é, antes de mais nada, vontade de convivência.", porém, esta convivência proposta pelo filósofo, esbarra-se nos limites de uma sociedade em nova formação ou transformação cultural, talvez este seja à frente o maior desafio desta nova sociedade, perceber-se no outro, respeitando-o, aceitando suas diferenças e singularidades no conjunto ou coletivo que compartilhamos. Neste sentido, perceber a função social e o papel conscientizador deste ambiente em que partilhamos nossas experiências e dividimos nossos instantes é desafiador.

Sendo assim, o Urbanos, por sua identidade, seu papel e missão organizacional, apresenta-se como ponte, espaço continuo de reflexão e compreensão de nossa sociedade, dos modelos de organização em coletivo, signos e designos de uma comunidade contemporânea e em constante transformação, Ferdinand de Saussere, linguista, em seu livro "Curso de Linguística Geral", define o sígno linguístico como o formativo da relação entre um conceito e uma imagem sonora, o curso é de 1916, trazendo para os tempos atuais com o avanço da tecnologia, a inclusão maciça do cidadão e do trabalhador comum por meio dos smartphones, da adaptação das redes sociais em nosso cotidiano, torna-se a definição apresentada pelo linguista uma realidade de nossa sociedade, em nenhum outro tempo a relação entre conceito e imagem sonora se viu tão presente.

Excursionando em nossas experiências atuais e em todas que ainda viveremos, o Observatório Urbanos reflete a crítica contemporânea, e buscamos através da inquietude de nossas ações, sempre em movimento, estabelecer este espaço como Ágora, fonte e local de pensamento e produção dialética, seguindo na direção que trilharam os filósofos Sócrates "A Sabedoria começa na reflexão.", Platão "Uma vida não questionada não merece ser vivida." e Confúcio "Eu não procuro saber as respostas, procuro compreender a pergunta." o questionamento trás vida e renova a alma, sejamos este lugar, ambiente e espaço que produz critica e pensamento coletivo, Ágora no Urbanos Observatório.



Fernando Neto
Dir. Observatório Urbanos

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